

BlenkA é pintor naïf conhecido por sua interpretação singular do mundo por meio de formas e cores vibrantes. O que o diferencia é a sutil, mas intencional, quebra da perspectiva tradicionalmente bidimensional do estilo. Ao introduzir leves ângulos e profundidade, BlenkA cria uma ilusão de espaço que convida o espectador a se aprofundar em seus universos lúdicos e detalhados.
Seus trabalhos são um convite para olhar o mundo com olhos primitivos, mais simples e vivos, onde a emoção e a razão coexistem em harmonia, mostrando que a arte naïf pode ser tanto autêntica quanto tecnicamente sofisticada, mesmo com valorização do sentimento acima da técnica acadêmica.
Em suas obras, a realidade é traduzida em cores e linhas que se cruzam matematicamente, formando paisagens urbanas ou bucólicas, cenas estrangeiras, figuras humanas, muitas flores, águas e animais.
Cada pincelada dele carrega um mundo íntimo, um instante que resiste ao tempo — cenas do cotidiano ampliadas pela lente da poesia visual. O naïf aqui não é ingenuidade, mas ousadia: o olhar que vê beleza onde o óbvio não alcança. Nele, o primitivo não significa arcaico, mas, forte, colorido e intenso o suficiente para que o simbolismo sobressaia à verossimilhança.
Embora BlenkA tenha iniciado sua jornada artística como autodidata, sua trajetória foi profundamente moldada ao se tornar discípulo de Roberto de Souza, um dos mais proeminentes mestres da pintura brasileira, que ocupou uma cadeira na Academia de Belas Artes até sua morte em 2024, foi uma figura central na arte, sobretudo carioca, sendo um dos precursores da Feira de Arte de Ipanema.
Guiado pelos ensinamentos de seu mestre, BlenkA passou a aprimorar sua técnica sem perder a pureza de seu estilo.
Esta galeria reúne sua produção, repleta de paisagens inventadas, lembranças pueris ou inspirações reais capturadas em fotos pelo próprio artista. Frequentemente vê-se nas pinturas reflexos que brilham além da superfície de lagos, canais, rios e mares, espelhando silêncios e congelando momentos. Os corpos nus masculinos que habitam as telas são expressados com liberdade, desejo e presença. Há também animais que olham de volta ou entre si. Os retratos intencionalmente não correspondem às proporções e cores reais e as naturezas nunca são mortas — apenas eternas.








